É campeão!
É campeão!
É
campeão!
É
campeão!
E
aqueles gritos de alegria singular logo passaram a ressoar em alto bom som por
entre os blocos de concretos do conjunto habitacional.
Os
campeões fazem do esporte suas linhas de fuga para um mundo possível, o mundo
das finais de copa mundo, cheias de desejos, aventuras e possibilidades para
que em qualquer momento o jogo possa virar.
-
Sabe a sensação de uma final, onde você quer dar o seu melhor?
Pois
é, parece que a final de um simples jogo de futebol de criança consegue
transmitir muito além do que é esperado numa grande final de futebol onde os
adultos são os atacantes.
Esse
ser criança é uma continuidade do imprevisto e construído dentro das
multiplicidades dos desejos pelo risco de vir a ser criança.
O
grito que atravessa o sentimento de ser campeão logo se traduz pelas conexões
coletivas por serem os campeões, e não permitirem que o sentimento de
rivalidade ultrapasse as quadras e o campo.
É
assim que pensamos as micropolíticas construídas nas margens do futebol de
criança, mas é também assim que todas as nossas perspectivas controladoras caem
por terra quando fixamos o olhar para um centro de atenção e de imediato logo
tudo muda.
A
mudança é corriqueira e ela tem nome: Criança.
A
vontade de potência que nos ensina a crer e fazer com autonomia.
O
sentimento de campeão gritado com os pulmões cheios de alegria simbolizava mais
uma vitória da coletividade frente às barreiras territoriais que impedem
adultos de festejar o sentimento de ser CAMPEÃO.
Nessa
final a FIFA não entra, e é melhor assim.
Não
há acordos com patrocinadores e muito menos o destaque para o melhor jogador.
Não
há o passe mais caro do mercado.
Não
há o mercado para ditar as regras do jogo.
Não
há a imprensa tendenciosa.
Há
os gritos.
Há
torcida, batuque e muitos técnicos para mediar uma ideia e estratégia para o
time.
O
sangue ferve e cada um quer dar o melhor que pode.
É
final do campeonato de 4 times da mesma quebrada, é sangue no olho.
O
pé descalço já está calejado.
E
no final É CAMPEÃO
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