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  1. É campeão

    terça-feira, 21 de janeiro de 2020


    É campeão!
    É campeão!
    É campeão!
    É campeão!


    E aqueles gritos de alegria singular logo passaram a ressoar em alto bom som por entre os blocos de concretos do conjunto habitacional.
    Os campeões fazem do esporte suas linhas de fuga para um mundo possível, o mundo das finais de copa mundo, cheias de desejos, aventuras e possibilidades para que em qualquer momento o jogo possa virar.

    - Sabe a sensação de uma final, onde você quer dar o seu melhor?

    Pois é, parece que a final de um simples jogo de futebol de criança consegue transmitir muito além do que é esperado numa grande final de futebol onde os adultos são os atacantes.
    Esse ser criança é uma continuidade do imprevisto e construído dentro das multiplicidades dos desejos pelo risco de vir a ser criança.
    O grito que atravessa o sentimento de ser campeão logo se traduz pelas conexões coletivas por serem os campeões, e não permitirem que o sentimento de rivalidade ultrapasse as quadras e o campo.
    É assim que pensamos as micropolíticas construídas nas margens do futebol de criança, mas é também assim que todas as nossas perspectivas controladoras caem por terra quando fixamos o olhar para um centro de atenção e de imediato logo tudo muda.
    A mudança é corriqueira e ela tem nome: Criança.
    A vontade de potência que nos ensina a crer e fazer com autonomia.
    O sentimento de campeão gritado com os pulmões cheios de alegria simbolizava mais uma vitória da coletividade frente às barreiras territoriais que impedem adultos de festejar o sentimento de ser CAMPEÃO.
    Nessa final a FIFA não entra, e é melhor assim.
    Não há acordos com patrocinadores e muito menos o destaque para o melhor jogador.
    Não há o passe mais caro do mercado.
    Não há o mercado para ditar as regras do jogo.
    Não há a imprensa tendenciosa.
    Há os gritos.
    Há torcida, batuque e muitos técnicos para mediar uma ideia e estratégia para o time.
    O sangue ferve e cada um quer dar o melhor que pode.
    É final do campeonato de 4 times da mesma quebrada, é sangue no olho.
    O pé descalço já está calejado.
    E no final É CAMPEÃO


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