Folheando um romance de Cortázar me veio tua lembrança e saudades daqueles momentos de conversas profundas e ao mesmo tempo rasas pela dinâmica que nossas angústias ocupavam às noites de filosofia naquelas salas de aula, que hoje me aterrorizam.
O jogo da amarelinha foi o caminho para essa escrita que há tempos planejo e sempre adio para o futuro. Futuro que questionávamos e que hoje já é nosso presente.
Essas posturas que aprendemos em sala de aula foram valiosas para percebermos o quanto nossa filosofia e literatura foram fundamentais para esse salto no escuro de nossa formação acadêmica.
Ainda ontem comecei a ler e reler alguns escritos de Schopenhauer, e a memória das tardes de terça-feira no grupo de estudos sobre filosofia da existência logo emergiram como o realismo da vida que que Schopenhauer imprimia em sua escritura.
Demorou um tempo considerável para que às leituras e as reflexões filosóficas retornassem a esse devir dos estudos e das angústias amargas do nosso ser.
Há tempos não respirava e não parava diante do ser. Ser era, é, ou foi. Uma reflexão corriqueira nesse sentido de sacrificar a metafísica quase sempre se torna um retorno ao mesmo.
O certo é que depois desse ser e tempo me vieram como enxurrada a náusea, assim como a revolta e as memórias do subsolo.
Reencontrar Sartre, Camus, Heidegger, Schopenhauer, Dostoiévski e Kafka numa única semana é fenomenologicamente estranho e perigoso.
Diante de tantos encontros, estamos nós desencontrados. A amizade continua Paulo. Mesmo sabendo que a distância definha a relação mais próxima, essa escritura simboliza essa escavação de encontro ao nada.
Retomei a escrita dessa nossa filosofia que criou como vontade de potência, o mundo como vontade e representação.
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